homem mau, muito mau?” “Não”, respondeu o artista, “Ele
era um homem muito bom”. Isso foi tudo o que ela aprendeu
naquele dia, mas o suficiente para aumentar um pouquinho o
seu conhecimento a respeito da cena terrível que se passava
naquela tela. Um certo dia, ao ver que ela estava realmente
muito curiosa para saber mais sobre o seu trabalho, Stenburg
disse: “Ouça, eu vou te dizer apenas uma vez. Depois disso,
não quero mais saber de perguntas”. Ele contou-lhe a história
da Cruz - uma história completamente nova para Pepita, mas
tão antiga para o artista que já havia deixado de comovê-lo. Ele
era capaz de retratar a agonia da morte sem que isso sequer
abalasse seus nervos. Já ela, agora, não. O mero pensamento
foi capaz de fazer doer o coração da pequena Pepita. Não
demorou muito para que seus olhos se enchessem de lágrimas,
a ponto de ela não conseguir controlar suas emoções.
Na última visita de Pepita ao estúdio, ela ficou parada diante
da grande pintura, como se estivesse odiando a ideia de ter
que abandoná-la. “Venha aqui”, disse o artista, “aqui está
o seu dinheiro e um pedaço de ouro”. “Obrigada, senhor”,
ela respondeu. E então, virando-se em direção ao quadro
pela última vez, disse: “Você deve amar muito Ele por tudo
o que Ele fez por você”. Stenburg ficou sem palavras. Com o
coração triste, Pepita voltou para o seu povo. Suas palavras,
no entanto, permaneceram com Stenburg, como uma flecha
fincada no peito. O Espírito de Deus enviou as palavras da
menininha direto para o coração do artista. Ele simplesmente
não conseguia esquecê-las. “Tudo o que Ele fez por você”,
continuava a sussurrar em seus ouvidos. Seu comportamento
mudou. Ele ficou inquieto e triste. Ele sabia que não amava
Aquele que foi crucificado.
Passado algum tempo após esse dia, Stenburg se deu conta
de que ele era um pecador, e que foi por amor aos pecadores