E
ra uma tarde de sexta-feira, e Albert Drecker
trabalhava de plantão na ponte do trem, que
fica sobre o rio Passaic. Ele ergueu a ponte para
permitir a passagem dos barcos e estava prestes a
baixá-la novamente, para que o trem vindo de Nova
Iorque pudesse atravessar.
Foi neste momento que Peter, filho de Albert, começou
a correr em sua direção, pela costa do rio. De repente,
Peter perdeu o equilíbrio, escorregou e caiu nas águas
profundas. Quase que imediatamente, Albert Drecker
ouviu o som distante do trem, que se aproximava
cada vez mais. Mesmo que ainda não pudesse vê-
lo, Drecker sabia que, se a ponte não fosse baixada
imediatamente, o trem cairia no rio. Salvar a vida de
Peter seria fácil, mas se ele mergulhasse para salvá-
lo, quantos outros morreriam por conta da queda do
trem? Como agir em uma situação dessas?
DECISÃO
Drecker agonizava enquanto via seu filho afogar-se
perante seus olhos. Mesmo assim, ele permaneceu em
seu posto de trabalho. Com uma lentidão torturante,
a grande ponte enfim desceu, e o trem atravessou de
forma segura, a todo vapor. Drecker imediatamente
mergulhou na água e arrastou Peter até a costa do
rio. Com o coração partido, se deu conta de que já era
tarde demais: seu filho estava morto.
Será que somos capazes de compreender a dor de
Albert Drecker? Ele teve de tomar uma decisão terrível.