N
o hospital duma cidadezinha do interior, o
médico de plantão recebeu, à meia-noite,
uma chamada do porteiro: “Por favor,
senhor, venha depressa; chegou um que parece
muito doente; foi mordido por uma cobra!”
O médico corre para a geladeira onde se
guardam as drogas especiais, tira dois pacotinhos
contendo ampolas de sérum contra veneno de
cobra, e dirige-se para a entrada do hospital, onde
jaz o homem. Parentes e amigos estão chorando
ao redor do doente. O médico entra no meio,
ajoelha-se perto do homem para examiná-lo; logo
acerta que este não tem pulso, nem respiração, e o
coração não bate mais. Com tristeza o médico fala!
“O homem morreu; não posso fazer nada por ele”.
Os parentes tornam a chorar. O médico toma um
deles à parte e pergunta-lhe: “Quando foi mordido
esse homem?” Recebeu a resposta: “Foi ao meio-
dia”. O médico olha o relógio. “Mas agora é meia-
noite; porque demoraram tanto em trazê-lo aqui?”
O parente, um pouco confuso, responde: “Ora
nós experimentamos primeiro os nossos remédios
de casa; depois chamamos um benzedeiro, e
aguardamos o resultado; quando vimos que não
houve melhoras, então o trouxemos aqui!”
“Que pena!” responde o médico. “Neste pacotinho
temos o único remédio contra o veneno de cobra.
Se vocês tivessem chegado mais cedo, eu poderia
ter curado aquele infeliz. Agora é tarde demais.
Vocês perderam tempo com tratamento inútil, e