U
m prato virado ao avesso estava onde
seus joelhos uma vez estiveram. A mão
do esqueleto permanecia imóvel sobre
uma carta inacabada.
“O sol está brilhando, mãe, mas eu sinto tanto
frio. Eu ainda posso caminhar um pouco, mas
só um pouco. Não há mais sangue em mim,
porque faz muito tempo que eu não como nada.
Hoje fazem quarenta dias que eu não vejo outro
ser humano. Eu tenho algumas revistas aqui,
mas as histórias são muito bobas. Eu tenho
algumas cartas, mas eu não gosto de jogar. A
minha única preocupação é se Deus perdoará
ou não os meus pecados.”
Essas foram as últimas palavras do jovem
explorador em Long Rapids, Rio Hay,
localizado na província de Alberta, no
Canadá, antes de entrar na eternidade.
Quem não sentiria pena de um jovem rapaz,
prestes a morrer sozinho, com medo de se
encontrar com Deus? Um dia nós também
teremos de nos encontrar com Deus. É
possível que o seu leito de morte seja bem
diferente daquele do explorador. Talvez você
esteja cercado pelo conforto que o dinheiro
é capaz de comprar. Possivelmente receberá
o cuidado e o amor de todos os seus amigos.